
António Lopes, presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, eleito em setembro último está há cerca de 100 dias à frente dos destinos do concelho e quer, rapidamente, passar a fase de arrumação da casa para poder começar a trabalhar nos projetos que tem para o concelho.
Não sendo natural de Pedrógão Grande, veio para aqui há mais de duas décadas e por aqui foi ficando sempre ligado a várias causas e instituições concelhias.
Hoje senta-se na cadeira da presidência da câmara com o mesmo sentido de responsabilidade de sempre e ciente do trabalho árduo que tem pela frente. Depois de mais um dia de muitas reuniões e de tentar resolver um sem número de problemas que todos os dias surgem e que impedem de andar à velocidade que se queria, fala com a Rádio Condestável sobre o desenvolvimento económico de Pedrógão Grande, sobre o turismo, a educação, o social e a floresta.
Transcrevemos de seguida um pequeno excerto de uma entrevista mais longa que está disponível em Podcast. Para escutar clique AQUI.
Rádio Condestável (RC): Presidente António Lopes, qual foi o seu percurso até chegar a presidente de câmara?
António Lopes (AL): Eu já tinha algum relacionamento com a câmara através das ações de formação dos bombeiros. Entretanto fui consolidando a posição e fiz estágio no CEFA para concorrer a técnico superior de segunda classe e por cá fiquei alguns anos. Entretanto surgiu a Escola Tecnológica e Profissional da Zona do Pinhal, em que participei no projeto e instalação. A partir de certa altura estive relacionado com o Crédito Agrícola e depois foi-me feito este desafio, ao qual não fiquei indiferente, pois escolhi este concelho para viver e acabei por aqui constituir família. Não era alheio aos problemas que o concelho estava a passar e entendi que poderia, com a minha equipa, oferecer mais trabalho e cá estamos a começar a trabalhar.
RC: Como têm sido estes primeiros dias?
AL: Há uma diferença de adaptação de quem vem do privado para o público. Houve também uma necessidade de reestruturar serviços, realocar funcionários e adaptá-los a outras funções. A partir daí foi tomar conta da realidade diária e tentar recuperar algumas situações que se nos depararam, nomeadamente candidaturas que estavam paradas relacionadas com equipamentos, a estratégia local de habitação já está aprovada na Assembleia Municipal, continuar a desenvolver os projetos que foram candidatados, nomeadamente a requalificação da vila. Estamos a tentar avançar para o parque de caravanismo da Graça cujo primeiro concurso ficou deserto. Estamos também a desenvolver esforços para iniciar as obras de requalificação da Albufeira do Cabril pois estamos parados por causa de vistos do Tribunal de Contas. Há um conjunto de vicissitudes que nos impedem de andar mais depressa.
RC: O que se passa com a Área de Localização Empresarial (ALE)?
AL: Ainda não está disponível porque terá que cumprir o procedimento de aprovação do regulamento pela Assembleia Municipal. Espero que no final de fevereiro tal seja possível para lançar as bases do concurso e para as empresas se instalarem. No nosso programa eleitoral fazíamos alusão ao apoio à instalação das empresas e à criação de postos de trabalho. Isso só será possível após a elaboração e aprovação dos respetivos regulamentos e estamos dependentes desse procedimento. Estamos também a discutir a possibilidade de colocação de uma antena para reforço da rede de internet. Já há vontade por parte de um operador e esta ação irá reforçar uma área que sofreu com os incêndios e onde falharam as comunicações.
Também não nos esquecemos de desenvolver contactos com superfícies comerciais. Estamos a falar com uma marca e tudo faremos para conseguir motivar essa marca a instalar-se em Pedrógão Grande.
Estamos também a desenvolver ações para trazer para o concelho o reconhecimento de mais uma Aldeia de Xisto: Mega Fundeira, junto à EN2.
RC: Já há interessados para se instalarem na ALE?
AL: Já há interessados e este regulamento não se confina à instalação de empresas na ALE. Visa apoiar as empresas que se queiram instalar no concelho bem como a criação de postos de trabalho por essas empresas. O regulamento será um elemento facilitador. Havendo uma localização específica para a instalação, ainda por cima junto à EN2 e ao IC8, é muito importante e um fator de atratividade, e que se tem revelado pela quantidade de empresários que se dirigem à câmara.
RC: Será um espaço que poderá vir a catapultar este concelho para o patamar que tanto deseja.
AL: Certamente, conjugado com os outros dois espaços (Outão e antiga Zona Industrial). Será um fator importante para a promoção e diversificação da atividade económica e criação de postos de trabalho.
RC: Como tem sido o relacionamento com a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria?
AL: Tem sido bastante positivo. Estamos envolvidos num conjunto de projetos, um dos quais terá impacto nestes concelhos e que tem a ver com a área dos transportes, para além da educação em que vamos iniciar a candidatura aos bairros digitais, conjuntamente com a Associação de Comerciantes.
RC: E sobre o IC8, a CIM pode ajudar a concluir esta via?
AL: Há movimentações na CIM e na recente cimeira entre as comunidades de Leiria e de Coimbra, foram identificadas determinadas áreas de ação e o IC8 enquadra-se nesse desiderato.