SERTÃ/ Um ano de mandato: Idealizar e projetar o concelho tem sido o melhor desafio

Presidente da câmara, Carlos Miranda, faz balanço de primeiro ano de mandato

SERTÃ/ Um ano de mandato: Idealizar e projetar o concelho tem sido o melhor desafio

Desde o passado dia 14 de outubro de 2021 que Carlos Miranda ocupa a cadeira de presidente da Câmara Municipal da Sertã.
Há um ano à frente dos destinos do concelho, o autarca já teve tempo para arrumar a casa e para dar seguimento a alguns projetos do anterior mandato social-democrata e que era importante continuar.
Aos poucos, e nesta fase de transição de fundos comunitários, os projetos que pensou para o concelho começam a tomar forma e serão explanados no Plano Plurianual de Investimentos para 2023.
Em entrevista à Rádio Condestável o presidente socialista faz um balanço deste primeiro ano de mandato.

Transcrevemos de seguida um pequeno excerto de uma entrevista mais longa que está disponível em Podcast. Para escutar AQUI.

Rádio Condestável (RC): Passado um ano, já conseguiu arrumar a casa à sua medida?
Carlos Miranda (CM): Sim, posso dizer que está diferente e mais próximo daquilo que eu pretendo mas não está completamente arrumada. É uma tarefa que estamos a continuar.

RC: Quando começou a trabalhar a oposição disse que estava a continuar o que vinha de trás. Como responde a isto?
CM: Eu tinha duas opções. Uma era retomar as obras que estavam paradas e que tinham a possibilidade de serem financiadas por fundos comunitários. A outra opção era abandonar tudo. Ora, não seria responsável da minha parte se abandonasse obras que eu considerava que eram importantes. Não me interessa que a obra tenha sido proposta pelo PSD, CDS ou Chega. Considero que a obra é importante para o concelho e, sendo importante, faço o meu melhor para que seja concretizada.
Estamos a concretizar obras num valor muito relevante. Temos, neste momento perto de cinco milhões de euros em obras em execução.

RC: Será possível incluir a obra no mercado de Cernache do Bonjardim no projeto de Regeneração Urbana?
CM: Até agora não foi possível incluir nada que tenha a ver com requalificação ou regeneração urbanística em Cernache do Bonjardim porque todos os projetos que referi foram destinados, nesta primeira fase do PARU, a sedes de concelho. A nossa expectativa é a de que, a partir do próximo Quadro Comunitário de Apoio, haja verbas que também possam vir a contemplar ARUs noutras zonas do concelho que não apenas a sede. Independentemente disto, quero dizer que o mercado de Cernache do Bonjardim vai avançar mesmo antes de termos a certeza de que ele pode vir a ser contemplado no âmbito da ARU de Cernache do Bonjardim. Vamos encontrar outra forma de financiamento para avançar com a obra.

RC: E já existe alguma ideia para o espaço?
CM: Há uma ideia. O projeto está praticamente concluído. Já existia um anterior mas eu entendi que ele não satisfazia completamente e a presidente da junta da união de freguesias também. Temos conversado com os autores do projeto e chegámos a uma proposta de alterações. Tenho a certeza que vai ficar uma obra interessante e valiosa no sentido de dinamizar a economia local e de dinamizar Cernache do Bonjardim do ponto de vista social.

RC: Uma das suas ideias era criar um balcão do empresário. Como está essa ideia?
CM: Na reestruturação de serviços municipais que fizemos criei um balcão de apoio ao desenvolvimento. Funciona no edifício da câmara e faz, neste momento, a gestão das candidaturas do Município, desde a elaboração à sua gestão, um processo complexo que exige sempre muita atenção, é muito burocrático e é preciso ter alguém dedicado para que não se perca nada. Mas este balcão também já vai fazendo algumas coisas em interação com alguns empresários, nomeadamente partilha de informação. É a partir desse espaço que, mais tarde, vamos construir uma estrutura que possa interagir com os empresários, prestando-lhes informação e representando-os em eventos e ajudando-nos a captar investimento para o concelho.

RC: Quanto à possibilidade do concelho da Sertã mudar de comunidade intermunicipal. Já se sabe de mais alguma coisa sobre o Decreto-lei que previa que a mudança fosse imediata?
CM: Quanto ao imediato, penso que poderemos estar mais tranquilos pois não pode ser no imediato. Há um ano disse que era um “não assunto”, porque era mesmo assim. Quando tomei posse estávamos com Quadro Comunitário 2020 em marcha e com a pressão de terminar tudo e muito desse financiamento passa pela CIM. Tínhamos o Quadro 2030 a ser programado e eu estava a tomar conta de uma enorme quantidade de dossiers, por isso naquela altura achei que não valia a pena estarmo-nos a meter nessa embrulhada de mudar de comunidade intermunicipal porque sei o trabalho que dá e as consequências de uma mudança destas, por isso agora digo que não se pode mudar da noite para o dia.

RC: Recentemente ficámos a saber que existe um estudo prévio para a EN238. Esta é uma luz ao fundo do túnel?
CM: Pelo menos há um estudo prévio e uma vontade de intervir naquela estrada de forma sistemática e não apenas intervir aqui e ali. Isso é bom e significa que este projeto não está morto. Registo tudo o que se tem passado na Assembleia da República com o envolvimento de muitos deputados de todos os partidos. Registo também o facto do Ministro das Infraestruturas se ter referido a esta estrada mostrando conhecimento de causa. Isso significa qualquer coisa. E há agora o estudo prévio que deveria conduzir à elaboração de um projeto de execução. Mas o que está nesse estudo continua a ser insatisfatório e é isso que estamos a transmitir em parceria com Ferreira do Zêzere e veremos o que conseguimos neste processo negocial.

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