
A Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra assumiu a presidência da Rede “Aldeias Bauhaus EUROACE”, no passado dia 21 de abril. Refira-se que esta rede foi, na mesma ocasião, formalmente constituída como Organismo de Cooperação Territorial. Aconteceu no âmbito do Seminário Rede de Aldeias para o Futuro onde foram assinados os protocolos de cooperação entre os seis municípios envolvidos (Pampilhosa da Serra, Sabugal, Reguengos de Monsaraz, Arronches, Moraleja e Llerena). Pampilhosa estará no cargo até final de 2024.
Desta forma, e tal como descreve a nota enviada pela autarquia pampilhosense à comunicação social, “esta sessão foi realizada nas instalações da CCDR Centro, em Coimbra, onde estiveram vários parceiros do projeto e decisores políticos de Portugal e Espanha. Estes decisores, tendo por base a apresentação do Quadro Conceptual para esta rede, refletiram sobre os desafios e oportunidades para as aldeias, numa perspetiva de cooperação territorial e tendo como enquadramento estratégico os pilares da Nova Bauhaus Europeia, ou seja, sustentabilidade, inclusão e estética”.
Assim, o concelho de Pampilhosa da Serra, propôs-se desde o início a liderar este projeto-piloto, com o objetivo de procurar respostas para três dos principais desafios, perda demográfica, perda de valor económico, social e cultural, e ainda a transição digital e ecológica, que de forma transversal se colocam às áreas rurais, e em particular às aldeias.
Para o presidente da autarquia, Jorge Custódio, este projeto “tem de dar o clique e fazer diferente”, acrescentando que para o efeito é preciso o apoio “regional e nacional”. “Todos temos consciência de que ainda que os municípios possam ir tomando algumas medidas que minimizem estes impactos, isso não é suficiente. Tem de haver uma mão mais forte por parte dos governos centrais, para que consigamos inverter esta tendência”, expressou.
Por sua vez o vereador municipal, Rui Simão, refere que este projeto, procura perceber “qual é o papel que as aldeias têm para revitalizar territórios do interior”, permitindo, a partir de um referencial conjunto, “encontrar soluções que podem vir a ser faróis que se replicam noutros contextos geográficos”. Rui Simão destacou ainda o “eixo vertical” diferenciador da Rede de Aldeias para o Futuro, num trabalho conjunto que vai “desde a União Europeia, até aos países, às regiões, aos municípios, às aldeias e dentro das aldeias às comunidades”, ligando a “ambição do dia-a-dia das pessoas e a Europa”, num exemplo de “verdadeira democracia participativa e moderna”.
Já a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, garantiu o “compromisso” do Governo para “acompanhar e apoiar esta rede de aldeias”, nomeadamente através da criação de estratégias que permitam que os “Fundos da Política de Coesão, do Horizonte Europa, do Programa Life”, entre outros instrumentos financeiros, “cheguem aos territórios”. “Os novos habitantes querem encontrar aldeias com serviços de cidade e temos de encontrar este equilíbrio”, afirmou ainda Ana Abrunhosa, no seu discurso de encerramento do seminário.
O projeto Rede de Aldeias para o Futuro, que envolve seis aldeias da região EUROACE, Alentejo, Centro de Portugal e Extremadura espanhola, constituiu um dos 20 vencedores da primeira convocatória da Nova Bauhaus Europeia, num total de 87 candidaturas, lê-se na mesma nota.