SERTÃ/Covid-19: CIM Médio Tejo quer recuperar o que a pandemia retirou

Setores apoiados nesta pandemia serão aqueles que também receberão ajudas no futuro para que a região cresça em todas as áreas.

SERTÃ/Covid-19: CIM Médio Tejo quer recuperar o que a pandemia retirou

Há cerca de um ano, as preocupações com a Covid-19 sentiram-se no seio das comunidades intermunicipais que, na abrangência dos seus municípios, acertaram estratégias de atuação. As reuniões eram frequentes na Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIM Médio Tejo), da qual faz parte o município da Sertã, que entre muitas ações, começou logo por ceder aos municípios equipamentos de proteção individual (EPI) para que estes os distribuíssem pelas instituições, começa por referir Miguel Pombeiro, secretário executivo da CIM Médio Tejo, ao programa da Rádio Condestável “Todos juntos no combate à pandemia”, que conta com o apoio do Município da Sertã. Este foi um investimento que rondou 800 mil euros “e que incluiu a distribuição de testes Covid, máscaras, toucas, fatos de proteção, batas, proteções oculares e óculos de segurança, luvas, aventais, mangas descartáveis, cobre sapatos e soluções alcoólicas, entre outros”, enuncia Miguel Pombeiro que recorda “momentos críticos e de grande dificuldade na aquisição, mas os nossos municípios, conseguiram ter sempre EPI para assim proteger o terceiro setor”. Miguel Pombeiro destaca que este setor, apesar de depender da Segurança Social, foi mais auxiliado pelas autarquias.
Nestes apoios não foram esquecidos os alunos com a distribuição de cerca de 750 computadores portáteis durante a Páscoa de 2020 pelas escolas dos municípios de abrangência desta CIM, no âmbito do programa intermunicipal “Miúdos Digitais”. “Havia uma grande necessidade de disponibilizar recursos tecnológicos de modo a salvaguardar que os alunos mais desfavorecidos e que não dispunham desses recursos adequados ao ensino à distância, tivessem acesso a estas ferramentas”, lembra. Refira-se que estes 750 computadores vieram juntar-se a mais 700 tablets já distribuídos antes da pandemia.

Ainda no âmbito do programa dos apoios educativos, a CIM disponibilizou a plataforma "Miúdos Digitais" a toda a comunidade educativa, desde o pré-escolar ao ensino básico em todas as escolas do Médio Tejo e que “incluía várias coleções nas áreas do português, matemática ou inglês. Foram conteúdos que ajudaram ao desenvolvimento de competências num contexto de confinamento”, explica.
A ajuda da comunidade chegou igualmente ao Centro Hospitalar do Médio Tejo “para que tivesse condições para acolher o máximo de profissionais de saúde e assim prestar os cuidados de saúde”, lembra o secretário executivo.
A população em geral não foi esquecida e a comunidade lançou, em abril/maio do ano passado, uma campanha alargada de distribuição de máscaras reutilizáveis de proteção individual. A CIM adquiriu mais de 200 mil máscaras numa “ação muito forte, numa primeira fase, de sensibilização junto da população, num investimento superior a 275 mil euros, que visava travar a propagação do novo coronavírus”, sustenta Miguel Pombeiro, lembrando igualmente a celebração de um protocolo com a Universidade de Farmácia para a disponibilização, aos municípios, de testes covid, os quais os utilizaram segundo as necessidades concelhias.
Se o passado foi assinalado com todos estes apoios, os próximos tempos serão para tentar encontrar enquadramento de futuras fontes de financiamento que ajudem a recuperar muito do que foi perdido, principalmente a nível de educação. “Queremos ser agentes ativos e aguardamos a aprovação de uma candidatura designada Plano Estratégico de Desenvolvimento Intermunicipal de Educação no Médio Tejo”, anuncia, explicando que se pretende que este plano seja “um veículo que ajude à recuperação escolar, uma vez que o efeito do confinamento nas escolas foi significativo e nefasto e carece de, nos próximos dois ou três anos letivos, ter uma estratégia integrada de recuperação de conhecimentos e competências”.

A saúde é outro dos setores a ter em atenção e Miguel Pombeiro recorda que antes da pandemia estava a ser planeada uma reunião geral com todos os municípios e com a responsável do Médio Tejo de Saúde Pública para tratar precisamente dos planos de saúde pública para a população. O envelhecimento ativo, as boas práticas relativamente a outras doenças e a saúde mental também estão na lista das prioridades onde se acrescenta a questão económica e a recuperação do setor. “Há ambição de que possamos disponibilizar um regime de incentivos que apoiem o nosso tecido económico”, diz. Quanto ao setor social, o desejo é que o Plano de Recuperação e Resiliência possa trazer a possibilidade de investimento no bem-estar dos idosos, crianças ou pessoas com deficiência.
Estas são assim as áreas em que a preocupação é direta, mas há outras áreas que não podem ser esquecidas, como sendo a florestal, onde se pretende construir uma estratégia integrada de base territorial para todo o pinhal interior e a transformação da paisagem de territórios de floresta vulnerável.
À semelhança de outras instituições Miguel Pombeiro pede “redobrada força” para ultrapassar este período negro esperando que nos próximos meses, com a ajuda da vacina, o horizonte seja “completamente diferente” e “mais claro”. A recuperação económica é o foco pois “a pandemia que fica é de pobreza, é social, é de outras doenças para além da Covid e temos que nos empenhar nas políticas de ajuda ao envelhecimento, à atividade económica. Queremos que essas políticas possam ser implementadas num contexto de rede, de colaboração entre as mais diversas entidades para podermos aproveitar, da melhor forma, os recursos que nos serão colocados à disposição, para que não ultrapassemos só a pandemia do ponto de vista sanitário, mas também do ponto de vista social e económico”, reforça.

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