
A União de Freguesias de Cernache do Bonjardim, Nesperal e Palhais é a executora dessa conceção, conforme a presidente referiu na abertura, contando com o envolvimento de outras instituições.
Nesse concerto inicial percebi que seria algo de diferente e iniciativas culturais distintas daquelas que por norma são oferecidas à população. E, por isso, os meus parabéns à coletividade pois há que mudar mentalidades e também, na diversidade das ações, promover o que é nosso como, penso, desejam. Nesta primeira ação, integrada no aniversário da canonização e amplamente divulgada em vários canais de comunicação, pôde ver-se a igreja do seminário repleta de gente.
Contudo, tem-se constatado a fraca adesão da população a posteriores iniciativas, havendo até quem tenha afirmado nas redes sociais, a propósito do evento no atelier Túllio Victorino, que “a bodas e batizados só vão os convidados”, que “não sabiam”, que seria de “âmbito particular”, em suma, concluo que a informação não passou, não chegou a todos ou chegou a um número reduzido de pessoas. Nas mesmas redes e em resposta vi pelo menos uma pessoa, presumo que seja um dos responsáveis dessa associação, dizer que “tinham entregado desdobráveis em mão “ que “tinha sido amplamente divulgado nas redes sociais”, como se o mundo girasse em torno das redes sociais, cada vez mais postas em causa e até coimadas por divulgarem dados dos seus utilizadores a seu bel-prazer. E, fiquei admirado com tal explicação que, opino eu, não justifica nada a não ser a ausência de gente nos eventos e abala significativamente os princípios da comunicação atual. Parece que retrocedemos no tempo. E logo com jovens! Porém, repito, é de elogiar o seu esforço, toda a dedicação ou empenho e aqui deixo o meu público reconhecimento pelo trabalho desenvolvido até aqui e que continuem com coragem.
Devido às funções que exerço na Rádio Condestável, estou em condições de afirmar que nem um simples mail, uma simples carta (sim, ainda há quem escreva cartas) com as iniciativas a promover chegou à nossa redação, dando conta dos eventos programados, excluindo um mail inicial oriundo da União de Freguesias onde a mesma pedia aos cernachenses que “mantivessem a sua rua, casa ou montra enfeitada até 24 de junho para assim se festejar condignamente da canonização ao aniversário”, a que a Condestável deu eco. Apenas isto. Pois…e nós na Condestável, ainda, não temos a capacidade de adivinhar as coisas que alguém pensa levar a efeito. Todavia, já não é difícil de adivinhar que o tratamento dado ou informação enviada, ao jornal do concelho, A Comarca da Sertã, tenha sido o mesmo pois nada vi publicado naquele quinzenário sobre as “Festas de S. Nuno”, assim como noutros jornais regionais ou televisões. Televisões, sim, devemos pensar à frente, temos que dar conhecimento a todos os media, quem sabe se eles (TV) depois de informados poderiam aparecer por cá? Sim, é verdade que não há muitos anos, porque viram uma notícia na Condestável sobre o Festival do Caracol, uma TV nacional veio cá fazer reportagem em direto. Então, é ou não verdade que quando queremos comunicar com a população se deve utilizar todos os meios existentes e todos eles não são muitos? Acho que a comunicação de tais eventos (Festas de S. Nuno) foi deficiente ou insuficiente o que acabou por reduzir a amplitude dos mesmos, devido à pequena participação de quem pretendiam que participasse em maior número ou seja, a população.
Há alguns dias, contrapondo, dizia-me uma pessoa amiga (cheguei a dizer a essa pessoa que nada escreveria sobre este assunto mas voltei atrás) que os festivais de folclore estão desde sempre “cheios de gente”, “estão à pinha”. Então, talvez isso possa servir de reflexão para estes jovens da recente Associação Paços do Condestável. Não pensem que são detentores de toda a sabedoria. Deverão consultar os responsáveis desses grupos de folclore e questionar como divulgam estes festivais e verão que, desde o início de tais eventos na distante década de oitenta, uma das grandes apostas e de duas formas é, e sempre foi, na Condestável e no citado jornal, não excluindo outras plataformas, claro. Há que refletir, portanto. Refletir sobre o nosso trabalho é o que todos devemos fazer e com a necessária humildade reconhecer os nossos erros e corrigi-los.